Antes de ler, pare por 15 segundos e tente responder mentalmente: o que é a verdade?
Admito que eu sou um péssimo estudante para concurso, mas não é por ser preguiçoso ou não gostar de estudar, e sim por fazer perguntas demais e mergulhar em pontos que não deveria, pelo menos não agora.
Certa vez um professor comentou que um “concurseiro” precisa obter um oceano de conhecimento, mas com a profundidade de uma poça d’água. Concordo e assumo minha falha.
Princípio da busca da verdade
No sistema acusatório trabalha-se com a verdade processual, aquela que é posta nos autos e há, entre os diversos princípios fundamentais do processo penal, o princípio da busca da verdade, que visa garantir a obtenção da verdade real dos fatos relacionados ao crime em questão.
Nesse sentido, é fundamental que o processo penal seja conduzido de forma imparcial, objetiva e justa, para que se possa alcançar a verdade real dos fatos. O Princípio da busca da verdade implica, assim, na procura da verdadeira autoria do crime, na determinação das circunstâncias em que o delito foi cometido, bem como na identificação das motivações que levaram o autor do delito a praticá-lo.
Além disso, o Princípio da busca da verdade implica também na observância do contraditório e da ampla defesa, que são garantias fundamentais do processo penal. O contraditório permite que todas as partes envolvidas no processo possam se manifestar e apresentar suas versões dos fatos, enquanto a ampla defesa garante ao acusado o direito de apresentar todos os meios de defesa admitidos em lei.
Violação de direitos fundamentais e abuso de autoridade
No entanto, é importante destacar que o Princípio da busca da verdade não pode ser utilizado como um pretexto para a violação de direitos fundamentais ou para a prática de abusos por parte das autoridades responsáveis pela condução do processo penal. A busca da verdade deve sempre ser realizada dentro dos limites legais e constitucionais, respeitando-se sempre os direitos e garantias fundamentais dos investigados, acusados e demais partes envolvidas no processo penal.
Para garantir a efetividade do Princípio da busca da verdade, é fundamental que as autoridades responsáveis pela condução do processo penal possuam os recursos técnicos e humanos necessários para a investigação e produção de provas de forma adequada e eficaz. Isso inclui, por exemplo, a realização de perícias, exames e investigações, bem como a utilização de tecnologias e equipamentos modernos e eficientes.
Além disso, é importante que o processo penal seja conduzido de forma transparente e acessível, de modo que as partes envolvidas possam acompanhar o andamento do processo e ter acesso a todas as informações relevantes para a defesa de seus interesses. A transparência e a acessibilidade são fundamentais para garantir a legitimidade e a confiabilidade do processo penal, bem como para assegurar a observância do Princípio da busca da verdade.
O que é a verdade?
A verdade é um conceito que tem intrigado filósofos, cientistas e teólogos ao longo da história da humanidade. Ela é a correspondência entre uma afirmação e os fatos que ela descreve. Ou seja, a verdade é aquilo que é real, o que de fato aconteceu ou acontece.
Mas a verdade pode ser relativa, dependendo do ponto de vista de quem a observa. O que é verdade para uma pessoa pode não ser para outra. Por exemplo, uma pessoa pode afirmar que o Sol gira em torno da Terra, enquanto outra pode afirmar que é o contrário.
Além disso, a verdade pode ser influenciada por fatores externos, como interesses pessoais, políticos e econômicos. Muitas vezes, a verdade é ocultada ou distorcida para atender a determinados objetivos.
Um ideal a ser perseguido
Na filosofia, a verdade é vista como um valor supremo. Ela é considerada um ideal a ser perseguido, mesmo que muitas vezes seja difícil alcançá-la. A busca pela verdade é um processo contínuo que exige reflexão, questionamento e investigação.
Para Platão e Aristóteles, a verdade seria a “exata correspondência” de um enunciado com a realidade da coisa por ele proferida. Para Tomás de Aquino, “a verdade é a adequação do pensamento à coisa real” (adequatio rerum et intellectus).
A verdade é fundamental em várias áreas do conhecimento. Na ciência, por exemplo, ela é essencial para o avanço do conhecimento. As teorias científicas são construídas a partir da observação e da experimentação, e só são aceitas se forem comprovadas pelos fatos.
Na religião, a verdade é um conceito central. Muitas religiões afirmam possuir a verdade absoluta, e acreditam que essa verdade é revelada por uma autoridade divina.
Na vida cotidiana, a verdade é importante para a construção de relacionamentos saudáveis e confiáveis. A mentira pode destruir a confiança entre as pessoas e gerar conflitos desnecessários.
“A verdade proporciona o desespero merecido para ensinar os humanos a não serem presunçosos”
Percepção de mundo
A verdade é única e exclusivamente sua, pois a sua percepção de mundo, de universo, de deus, de verdade, de tudo, de um, é exclusiva. É impossível reproduzir 100% a verdade real, pois o ruído perceptivo único de cada ser humano traduz-se em várias verdades, em vários Deuses, em vários tudo.
No fim das contas não existe uma verdade real fora do seu campo de percepção, o máximo que conseguimos representar é uma verdade formal, na expressão latina “quod non est in actis non est in mundo” (o que não está nos autos não está no mundo), ou talvez, pedindo licença para interpretar de outra forma, o que não pode ser representado e apresentado, não pode ser cobrado.
Um sacrifício em troca da verdade
Por fim, a verdade respeita o princípio da troca equivalente, segundo o qual: “Nada pode ser obtido sem uma espécie de sacrifício, para se obter algo é preciso oferecer algo em troca de valor equivalente.” Ou a Lei de conservação da massa (Lei de Lavoisier) que traduz-se resumidamente em: “Na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”. Para se obter a verdade você precisa sacrificar algo, pois esta não pode ser obtida sem um pagamento, sem um sacrifício pessoal que no mundo real normalmente é tempo e dinheiro.
Até onde você está disposto a ir/pagar para alcançar a verdade?
