Breve exposição a respeito da origem da Atividade de Inteligência

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Entender a gênese de um assunto é vital para captar a sua magnitude e a sua lógica de funcionamento. Nada surge do nada, e a origem histórica de uma atividade revela termos e fundamentos que são utilizados nos dias de hoje.

Desde os primórdios da humanidade a informação é desejada e imprescindível, não por mero deleite, mas para a sobrevivência básica do homem primitivo. Conhecer o ambiente, fontes de água, alimentos e, sobretudo, riscos e perigos eram, e ainda são, bases para a conservação da espécie humana. Coletar informações e analisá-las, pilares da Inteligência, são atividades que acompanham a humanidade desde sua origem.

Atividade de inteligência na antiguidade clássica

Como sintetizado na Revista Brasileira de Inteligência (2005), ainda na antiguidade clássica[1]  há exemplos da atividade de inteligência. No Império Persa, Dario, “O Grande”, organizou um corpo de espiões. Na Roma Antiga, era comum a presença de espiões, os frumentarii, atrás das cortinas para ouvir segredos.

Nos conceituados estudos estratégicos do general chinês Sun Tzu, a obra “A Arte da Guerra”[2], há destaque para os papéis dos profissionais que tinham o objetivo de conseguir conhecimento avançado:

Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não deve temer o resultado de centenas de batalhas. Se você se conhece, mas não ao inimigo, para cada vitória, sofrerá também uma derrota. Se não conhece o inimigo nem a si mesmo, vai sucumbir a cada batalha. (ARTE DA GUERRA, 2010, p. 65)

Segunda Guerra Mundial

Ao longo da história são numerosos os registros documentados da utilização da Atividade de Inteligência para prover os governantes com informações que viabilizassem a sua sobrevivência política, econômica ou militar, mas, conforme esclarece Andrade (2012),  foi justamente no contexto da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Freia que doutrinadores clássicos como Sherman Kent[3], Washington Platt e Harry Hanson, estudaram e descreveram a primordialidade de se produzir conhecimentos de Inteligência voltados, sobretudo, para apoiar as relações externas, na guerra e similarmente na paz.

Gonçalves frisa que:

A atividade de inteligência é praticada no âmbito público e privado desde tempos remotos. Líderes vitoriosos souberam fazer bom uso de espiões e serviços secretos, de Moisés a John Kennedy, passando por Júlio César, Napoleão, Elisabeth I da Inglaterra e Winston Churchill. (…) De fato, países de tradição democrática consolidada, como Alemanha, Canadá, EUA e Grã-Bretanha têm serviços secretos operando em defesa do Estado e da sociedade. (GONÇALVES, 2019, p. 11)

Ferramenta voltada para o Estado

Neste ponto, ANDRADE (2012) deslinda que a atividade de inteligência condicionava sua essência voltada para o Estado, criada para subsidiar gestores com conhecimentos ou informações estratégicas, mas já era percebida como valorosa ferramenta de análise para os outros tipos de organizações, também no campo interno, inclusive voltada para empresários. Noção hodierna se considerarmos o ambiente caracterizado por uma disputa competitiva que essas organizações enfrentam presentemente.


[1] Também chamada de era clássica, período clássico ou idade clássica, é o período da história cultural entre o século VIII a.C. e o século V d.C.

[2] É um tratado militar escrito durante o século IV a.C. pelo estrategista conhecido como Sun Tzu. O tratado é composto por treze capítulos, cada qual abordando um aspecto da estratégia de guerra.

[3] Sherman Kent, foi um professor de história da Universidade de Yale que, durante a Segunda Guerra Mundial e por 17 anos de serviço da Guerra Fria na Agência Central de Inteligência, foi pioneiro em muitos dos métodos de análise de inteligência. Ele é frequentemente descrito como “o pai da análise da inteligência”.

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