Direito Processual Penal
Gabarito: ERRADO. O Tribunal de Contas pode sim desconsiderar a personalidade jurídica de empresa por ele fiscalizada, a fim de punir o respectivo administrador, ainda que não exista previsão legal expressa para tanto, desde que como meio de coibir o abuso de direito e o desrespeito aos princípios que condicionam a atividade do Estado. Tal prerrogativa, em tese, decorre da teoria dos poderes implícitos, a qual permite ao Tribunal de Contas da União adotar as medidas necessárias ao fiel cumprimento de suas funções institucionais e ao pleno exercício das competências que lhe foram outorgadas, diretamente, pela própria Constituição da República.
Gabarito: CERTO
Gabarito: ERRADO. Nas palavras do Min. Ribeiro Dantas: “Aplica-se o poder geral de cautela ao processo penal, só havendo restrição a ele, conforme reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal, na ADPF 444/DF, no que diz respeito às cautelares pessoais, que de alguma forma restrinjam o direito de ir e vir da pessoa.” Portanto, há restrição e o juiz criminal não pode atuar de forma livre.
TEORIA DOS PODERES IMPLÍCITOS
A CF/88 NÃO menciona expressamente que o MP tem poder para investigar crimes;
Teoria dos poderes implícitos – nascida nos EUA (Mc CulloCh vs. Maryland – 1819);
Se a Constituição outorga determinada atividade-fim, também concede todos os meios necessários;
A CF/88 confere ao MP as funções de promover a ação penal pública (art. 129, I), portanto atribui também todos os meios necessários para o exercício da denúncia, dentre eles a possibilidade de reunir provas para que fundamentem a acusação.
A CF/88 não conferiu à Polícia o monopólio da atribuição de investigar crimes, a colheita de provas não é atividade exclusiva da Polícia.
Entendimento do STF e do STJ. Plenário do STF no julgamento do RE 593727 – repercussão geral. Parâmetros que devem ser respeitados para que a investigação pelo MP seja legítima:
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- Respeitados os direitos e garantias fundamentais
- Atos investigatórios documentados e praticados por membros do MP;
- Observadas as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição;
- Respeitadas as prerrogativas profissionais dos advogados;
- Assegurada a Súmula vinculante 14 do STF
- Realizada dentro de prazo razoável;
- Os atos de investigação estão sujeitos ao permanente controle do Poder Judiciário.
Resolução nº 181/2017 dispõe sobre instauração e tramitação do procedimento investigatório criminal (PIC).
A Lei Complementar n.° 75/1993, também de forma implícita, autoriza a realização de atos de investigação:
Art. 8º Para o exercício de suas atribuições, o Ministério Público da União poderá, nos procedimentos de sua competência:
I – notificar testemunhas e requisitar sua condução coercitiva, no caso de ausência injustificada;
V – realizar inspeções e diligências investigatórias;
VII – expedir notificações e intimações necessárias aos procedimentos e inquéritos que instaurar;